Marina defende cria??o de marco regulatório de emergência climática
Cerca de 1,9 mil municípios em situa??o de risco climático extremo
Publicado em 04/09/2024 - 15:23 Por Agência Brasil - Brasília
Em audiência pública na Comiss?o de Meio Ambiente do Senado, nesta quarta-feira (4), a ministra do Meio Ambiente e Mudan?a do Clima, Marina Silva, afirmou que as mudan?as climáticas, associadas ao fen?meno de baixa precipita??o, altas temperaturas e elevado processo de evapotranspira??o, poder?o gerar perdas como o desaparecimento do bioma Pantanal.
Marina defendeu ainda que o Congresso crie um marco regulatório de emergência climática diante de 1.942 municípios em situa??o de risco climático extremo.
A ministra foi convidada a prestar esclarecimentos sobre as a??es do governo federal, diante de uma escalada de queimadas e incêndios florestais em biomas, principalmente em regi?es da Amaz?nia, do Cerrado e do Pantanal. O menor de todos os biomas brasileiros, que é um santuário de biodiversidade, corre risco de desaparecer, segundo Marina, se forem mantidas as atuais tendências.
"Segundo os pesquisadores, se continuar o mesmo fen?meno em rela??o ao Pantanal, o diagnóstico é de que poderemos perder o Pantanal até o fim deste século. Isso tem um nome: baixa precipita??o, alto processo de evapotranspira??o, n?o conseguindo alcan?ar a cota de cheia, nem dos rios nem da planície alagada", afirma a ministra.
"A cada ano se vai perdendo cobertura vegetal. Seja em fun??o de desmatamento ou de queimadas. Você prejudica toda a bacia e assim, segundo eles, até o final do século nós poderemos perder a maior planície alagada do planeta."
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontaram 68,3 mil focos de queimadas em agosto deste ano, um crescimento de 144% em rela??o ao mesmo período de 2023.?
Or?amento
No Senado, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, negou que a pasta sofra cortes governamentais para a??es como o combate aos incêndios que assolam o Brasil e afirmou que s?o necessárias políticas públicas com base em evidências e a??es conjuntas com o setor privado.?Marina afirmou ainda que se o atual governo n?o tivesse reduzido o desmatamento no ano passado e em 2024, a situa??o estaria “incomparavelmente pior”.
Ela destacou resultados a partir do Plano de A??o para Preven??o e Controle do Desmatamento na Amaz?nia Legal (PPCDAm) e no Cerrado (PPCerrado), com ?aumento da contrata??o de brigadistas em a??o (previs?o de chegar a 3 mil), e o recém-lan?ado Plano de Transforma??o Ecológica.
Presidente da Comiss?o de Meio Ambiente do Senado, a senadora Leila Barros (PDT-DF) afirmou que “as queimadas que assolam o nosso território s?o um reflexo direto do cenário de emergência climática que enfrentamos”. A parlamentar homenageou o brigadista Wellington dos Santos, que perdeu a vida no Parque indígena do Xingu (MT), enquanto lutava contra o fogo.
"Já há um novo normal diante de nós e estamos a cada dia com menos tempo para nos adaptarmos a essa nova situa??o. (...) Somam-se a essa realidade de emergência climática outros desafios que enfrentamos internamente", disse a presidente do colegiado.
Leila citou a a??o de redes criminosas organizadas que têm avan?ado na tomada de terras e lembrou que o Parlamento deu importante contribui??o ao aprovar a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, (Lei 14.944, de 2024), em “um exemplo claro de colabora??o entre os entes federados”.
* Com informa??es da Agência Senado
Edi??o: Juliana Cézar Nunes